Duvidando da bondade de Deus

Continuação do post " Um coração desanimado".



Gostaria de saber como o Pai se sente quando pensamos o pior ao Seu respeito em vez do melhor. Será que o coração de Deus fica ferido, como o nosso, quando questionamos o seu amor?


Não é preciso uma tragédia para duvidar do amor de Deus. A dúvida vai crescendo devagarinho tão traiçoeira quanto perigosa. Acontece quando o nosso desejo não se realiza, quando nossas necessidades são ignoradas ou ainda quando nós, a semelhança de Marta, estamos presas fazendo o trabalho “sujo”, enquanto todos os outros se divertem.


Ora, a dúvida em si não é pecado. É simplesmente um pensamento ou sentimento que surge quase de forma involuntária.


Mas quando permitimos que se aloje em nosso coração por tempo suficiente, e se prenda, aquela pequena dúvida pode se tornar um grande problema. Uma dúvida não esclarecida pode transformar-se em incredulidade. E descrença, não é apenas pecado não, mas também um sério problema. Quando não cremos mais na bondade de Deus, quando não confiamos mais em seu zelo, acabamos nos esquivando de todo o amor de que precisamos para viver.


A incredulidade derrubou Judas – ele se recusou a confiar no tempo de Deus.


A incredulidade endureceu o coração de Saul – seus olhos se fecharam para a retidão dos caminhos de Deus.


A incredulidade manteve os israelitas no deserto 40 anos, porque questionaram a capacidade de Deus em guiá-los.


E também foi a incredulidade que, no início, abriu a porta da escuridão ao mundo criado para ser luz.


O jardim do Éden deve ter sido maravilhoso. Pense: não havia casas para limpar, refeições para preparar, roupas para passar!


Eva desfrutou desse mundo: um marido deslumbrante; o Paraíso como sala de estar; Deus como companheiro. Mas, de alguma forma, em meio todas essas bênçãos, o admirável tornou-se mundano e o extraordinário veio a ser cansativo. E a sensação incómoda de descontentamento compeliu Eva a vaguear em direcção à única coisa que Deus havia negado: a árvore da ciência do bem e do mal.


Nós mulheres criamos uma necessidade desesperada de sempre “saber”, de sempre “compreender”. Desejamos um roteiro para nossas vidas, e quando Deus não o produz de imediato sentamos para escrever nosso próprio roteiro.


“Preciso saber”, dizemos a nós mesmas.


“Não”, responde Deus suavemente “você precisa confiar”.


Mas assim como a primeira mulher, não damos importância à sua terna voz e nos dirigíamos à árvore. Não à árvore sacrificial da cruz, mas à beleza altiva e elevada chamada “conhecimento”. Porque, afinal, conhecimento é poder. E é pelo poder que secretamente suspiramos.


Creio que o erro final de Eva começou com um pensamento minúsculo – um pequeno e ardente receio que, de algum modo, ela estava perdendo algo e que Deus não se interessava tanto por ela. O que havia de errado em algo tão encantador e desejável como o fruto proibido? Talvez um ressentimento oculto tenha atingido seu espírito. Adão tinha que dar nomes aos animais enquanto ela tinha que colher os frutos. Qualquer que tenha sido o motivo, isso a compeliu a querer mais.


Satanás estava pronto e à espera, querendo lhe dar mais do que ela havia pedido. Ele encheu a sua mente de perguntas “É assim que Deus disse…?” Satanás a encorajou a duvidar da palavra e da bondade de Deus, até a pergunta incessante finalmente destruir sua fé no amor de Deus.


A humanidade tem questionado o amor de Deus desde então.


Continua.


Adaptado do livro “Como ter o coração de Maria no Mundo de Marta”.






0 comentarios:

Enviar um comentário

© Pérolas que Edificam, AllRightsReserved.

Designed by ScreenWritersArena