Preconceito – Qual a origem e as suas consequências?

12 de Julho de 2010
Publicado por Debate Público: http://debatepublico.com/






“Na base de qualquer preconceito contra uma cultura, um povo ou uma raça está sempre a ignorância, e a ignorância, tal como a sabedoria, não tem nacionalidade”.
Preconceito é uma das palavras mais utilizadas hoje em dia, mas não é pelo seu uso exagerado que deixa de ser a melhor noção de discriminação que existe. A discriminação é a mais eficaz arma do preconceito e o seu objectivo é marginalizar, renegar grupos sociais com características diferentes.






O tema é diverso e contraditório, e prejudica a sociedade em geral. De acordo com a origem da palavra, Preconceito (“Pré” + “Conceito”) as pessoas julgam e “rotulam” algo ou alguém antes de conhecer. Roupa, cor de pele, orientação sexual e estrato social continuam a ser objectos de marginalização por parte de muitas pessoas. O nosso corpo e a própria sexualidade ainda são temas abordados com medo e apreensão.






Os tipos mais comuns de preconceito e discriminação são:
•Discriminação social – relacionada com a condição de um determinado grupo da sociedade;
•Preconceito religioso – para com uma religião;
•Preconceito racial – devido a uma etnia;
•Preconceito intelectual – devido a um pensamento político ou simplesmente um pensamento diferente.


Um dos mais comuns preconceitos, num país onde a desigualdade económica se torna cada vez mais visível, é o social. A disparidade entre as classes sociais e a estratificação das mesmas torna-se algo impossível de nos passar ao lado no dia-a-dia. Bairros sociais construídos ao lado de condomínios de luxo são situações que em vez de promover a igualdade só têm salientado ainda mais as diferenças socioeconómicas existentes.






Quantas vezes não ouvimos pessoas ricas discriminarem pessoas de baixa classe social, com frases do tipo “Isso é coisa de pobre” ou vice-versa. Ao abordarmos o preconceito racial e o preconceito religioso é inevitável tocarmos no seu carácter hereditário. Neste caso o passado serve de veículo ao ódio, transportado de uma família para outra, de geração para geração, criando um segmento, uma tradição. Estas tradições que são passadas muitas vezes pela religião.






O preconceito por um credo ou religião está firmemente instalado em várias partes do mundo, é mais antigo do que o racismo, datado já na era de Cristo, ou seja, há dois mil anos atrás. Hoje em dia, o maior exemplo deste preconceito são os conflitos no Oriente Médio. A luta entre judeus e islâmicos custa dezenas de vidas diariamente. Grupos extremistas no Iraque matam inocentes cruelmente somente porque são de outra religião.










Nem sempre o preconceito racial está associado a pretos e brancos, mas sim a uma diferença de cultura, etnia ou outras coisas que diferenciem raças dentro de uma mesma composição global. O preconceito racial começou com o ideal de que um ser ou uma raça era superior ao outro e por isso, tinha o direito a usar o mais fraco para trabalhos como servos e escravos.










Algumas pessoas vivem demasiado amarradas a ideias antigas e desproporcionadas do quotidiano. Há mais de 30 anos que Portugal é um país livre, contudo, a verdadeira liberdade continua ainda distante de grande parte deste nosso país.
Um outro tipo de preconceito existente na nossa sociedade é o intelectual. Neste caso há uma discriminação de pensamento e escolhas, em que não se pode imaginar ou supor, querer ou desejar, abertamente, algo ou alguém.






Vemos o preconceito intelectual presente na opção sexual de alguém, a homossexualidade, seja ela assumida ou não, é uma escolha de cidadão para cidadão, como a cor do carro ou a roupa a vestir.
Este é um conceito que pode ser explicado pelos especialistas de várias formas, mas a mais comum é a de que este apenas existe quando não se pratica o respeito pelo próximo. Acredita-se que a convivência, através de uma atitude comunitária é, talvez, a forma mais adequada de se reduzir o preconceito.
De acordo com dados da Amnistia Internacional, os portugueses não encaram a imigração com preocupação (3%), ao contrário de 21% dos seus homólogos europeus que salientam a imigração como um problema que o país enfrenta. Portugal (66%) surge como o segundo Estado Membro – após a Suécia (79%) – cujos cidadãos mais defendem que os imigrantes constituem um contributo importante para o país.






Em Portugal, as formas de discriminação mais significativas são a discriminação com base na orientação sexual (67%), na origem étnica (61%) e na deficiência (60%). A discriminação baseada na idade (48%), no género (47%) e na religião ou crenças (39%), ainda continua a ocorrer embora numa menor escala.
A luta contra o desemprego, o combate à pobreza e exclusão social, factores que conduzem também à discriminação, estão entre as áreas consideradas prioritárias, pelos portugueses, para intervenção da União Europeia.






Apesar da abertura e sensibilização dos portugueses, os dados disponibilizados por várias organizações que trabalham os vários tipos de discriminação indicam situações graves de desigualdade. Segundo Allport (1897- 1967 psicólogo norte americano) “O preconceito é o resultado das frustrações das pessoas, que em determinadas circunstâncias podem-se transformar em raiva e hostilidade. O resultado é o preconceito e a discriminação”.






E você? Já foi vítima de preconceito? Qual é para si a pior forma de Preconceito / Discriminação?

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